23.4.08

Coisas do passado

Dei por mim a ouvir o clássico «Build Me a Buttercup» e fui invadida por uma nostalgia crua e realista dos bons tempos em que observava de forma tímida os meus amigos a cantar "desalmadamente" nos karaoke's dos restaurantes, onde os sorrisos nunca eram demais e uma alegria legítima era sentida por todos. Na altura a única preocupação avassaladora era a próxima frequência ou a falta de apontamentos. Onde os abraços eram dados sem reservas. Penso que éramos todos mais genuínos, não tínhamos sido ainda tolhidos ou violentados pelo medo do nada, pela incerteza quotidiana do que vai ser de cada um. Vivemos a curto prazo. Partimos para uma relação a pensar que pode acabar. Aceitamos empregos sabendo que não passam de estágios prolongados. Compramos casas a pensar que as devolvemos ao banco mais cedo ou mais tarde. Evitamos filhos porque as relações, casas e empregos primam pela volatilidade.
Hoje lamento não ter cantado mais.

Querido Pai Natal


Escrevo-lho com alguma antecedência...bem sei...mas tenho alguma pressa e estou a tentar meter a «cunhazinha portuguesa» para uns presentes adiantados:

1. Reforma antecipada.

2. Passaporte vitalício para não ter que voltar ao portão do Atlântico para renovar o dito.

3. Um tupperware "dos bons" que não entorte a tampa para quando morrer mandar as cinzas para cá, pois o «bom filho à casa torna, e à casa torta ou nunca mais se endireita torna depois de morto».


Obrigadíssima pela atenção e veja lá se desta vez prova que existe que há 29 anos que o espero e a idade não perdoa, pula e avança.

Pluviosismos

Esta bipolaridade climatérica deixa qualquer humor em estilhaços de guerra.
O responsável que se trate ou que se entretenha a massacrar outro Continente...ou vá às compras e contraia dívidas, ou perceba que o clima não é um comando de televisão.
O lisboeta é pouco rotineiro, mesmo naquilo que não deve (Marialvismo e a porta das traseiras), mas oferecer chuva e sol em estilo fotograma, ai Anthímio volte! e de urgência e explique-nos lá o que é que se passa lá em cima.
Trabalha-se
(temos pena que o novo “desacordo” ortográfico não elimine de vez esta palavra tão desagradável no português falado e escrito de Portugal, que agora é luso-afro-brasileiro?)
faça chuva ou faça sol...a intermitência das probabilidades convida-nos a pensar: aguardo em casa com serenidade e espero que chegue o Verão.