29.5.07

O Cosmos organiza-se...

Estará sempre acima de nós uma condensação combinada à espera do momento exacto...o vento usa os lençóis numa éspecie de dança, embaraça-os na sua sensualidade...e nós, esticamos o tempo...aguardamos na decisão o destino daqueles lençóis, de perfume e rugas írrepetíveis, observamos a elegância dos seus movimentos, escutamos o sussurro de um velejar longínquo...o tempo passa, e não decidimos. É naquele instante que eles terão que ser resgastados, estarão perfeitos...o tempo passa, e não decidimos.
E é exactamente entre o "tempo passa" e o "não decidimos" que o abismo se constrói, à espera que o perfume evapore, que as rugas rasguem a imaculada sensualidade da dança do vento. Podiamos salvar o sublime mas o relógio humano é incerto, arrasta-se entre cordas enferrujadas. Será o Futuro sublime ou uma sublimação?

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