14.1.09

Fui ao médico e descobri que sofro de parvoeira congénita

Tive um enfarte no espírito e fui ao médico. Foi detectado um aneurisma emocional.
Expliquei-lhe que me sentia tão cansada e farta de uma rotina que me consome que preferia ir criar patos para o Afeganistão. Perguntou-me os motivos de tão excelente ideia e expliquei-lhe de forma cirúrgica (tal como eles gostam):
Parafina – Faço tudo pelas pessoas de quem gosto.
Médico – continue...
Parafina – Abdico de fazer o que gosto e o que me apetece para fazer os que me rodeiam mais felizes.
Médico – hum...
Parafina – Mesmo estando infeliz mantenho sempre boa cara para não incomodar...
Médico – pffff...
Parafina – Gosto de oferecer coisas para depois ver os sorrisos.
Médico – tchiii....
Parafina – Raramente exijo seja o que for.
Médico – tá bonito...
Parafina – E é isso...
Médico – A Parafina sofre de parvoeira, é completamente parva.
Parafina – Tem cura?
Médico – Não. A única forma de sobreviver é encontrar e conviver com pessoas parvas...ou então criar os patos no Afeganistão, isso agora é consigo.
Parafina – Obrigada. Boa Tarde.
Médico – Nada...eu criava os patos....mas enfim....

30.5.08

Feriados para quê?

Tomei consciência que muito brevemente iremos ter dois feriados numa semana. Não estava à espera e até fiquei nervosa, diria mesmo transtornada. Um deles até calha a uma sexta-feira...incomoda-me o facto de o fim-de-semana ser prolongado...mas pior é o de terça-feira, esse é que me deixa à beira da guilhotina...uma autêntica sentença de morte à segunda-feira. O que eu gosto de segundas-feiras, dou por mim aos domingos a pensar nunca mais é segunda-feira, até conto as horas para ouvir o "gritinho matinal" do despertador.
2, two, deux, dva: feriados! Até estou deprimida...o que se faz numa sexta-feira 13, em casa? Não tem a mesma graça que dar uso ao seguro automóvel, que desmagnetizar o único cartão MB que tinha saldo, de deixar cair o telemóvel num sanitário público, entre outras possibilidades que tornam a vida mais colorida.
Não me conformo.

27.5.08

Que chova mais que nós gostamos!


Estão tão farta...tão fartinha - sei que nós lusitanos gostamos de diminutivos, coisas pequeninas...pouco visíveis (não se dá nas vistas que é feio!) - tão... que nem sei que adjectivo, verbo ou substantivo se pode encaixar no enfarte de espírito com que ando. De manhã aguenta-se a histeria de um despertador que faz questão de nos lembrar que estamos vivos a horas perfeitamente dispensáveis...lá nos entregamos à vida com muito jacto de água na encefálica.
Sai-se de casa a pensar na Primavera...chove, está frio, os pássaros ou estão mortos ou sofrem de rouquidão aguda e anda tudo triste com cara de farda de Staline....e segue-se mais um maravilhoso dia de trabalho onde o relógio encrava a cada segundo, como se do Sol dependesse...esse safado.

Adoro a rotina...tanto como a palavra quotidiano. Sinto-me amarrada a uma cadeira em frente a uma natureza morta, como se o melhor já tivesse passado.

3.5.08

A tia confessa...

A tia está contente. A tia gosta de todos: do Baguito, do Ico, da Catarina e da "estreia" Ema (a mana do Ico). A tia continua à espera dos outros sobrinhos que estão em estágio nas barrigas das amigas e quer mais sobrinhos e sobrinhas, muitos. A família da tia está a encolher...e a avaliar pelos descarrilamentos da vida da tia...nem com muita Branca-de-Neve com fermento a coisa vai. A tia espera que tenham uma vida gira e agitada de filhos e amigos, que não consigam sentar todos à mesa, que não sobrem lugares vazios.
Conselho de tia nova: à mesa tenham sempre mais pessoas que cadeiras.

23.4.08

Coisas do passado

Dei por mim a ouvir o clássico «Build Me a Buttercup» e fui invadida por uma nostalgia crua e realista dos bons tempos em que observava de forma tímida os meus amigos a cantar "desalmadamente" nos karaoke's dos restaurantes, onde os sorrisos nunca eram demais e uma alegria legítima era sentida por todos. Na altura a única preocupação avassaladora era a próxima frequência ou a falta de apontamentos. Onde os abraços eram dados sem reservas. Penso que éramos todos mais genuínos, não tínhamos sido ainda tolhidos ou violentados pelo medo do nada, pela incerteza quotidiana do que vai ser de cada um. Vivemos a curto prazo. Partimos para uma relação a pensar que pode acabar. Aceitamos empregos sabendo que não passam de estágios prolongados. Compramos casas a pensar que as devolvemos ao banco mais cedo ou mais tarde. Evitamos filhos porque as relações, casas e empregos primam pela volatilidade.
Hoje lamento não ter cantado mais.

Querido Pai Natal


Escrevo-lho com alguma antecedência...bem sei...mas tenho alguma pressa e estou a tentar meter a «cunhazinha portuguesa» para uns presentes adiantados:

1. Reforma antecipada.

2. Passaporte vitalício para não ter que voltar ao portão do Atlântico para renovar o dito.

3. Um tupperware "dos bons" que não entorte a tampa para quando morrer mandar as cinzas para cá, pois o «bom filho à casa torna, e à casa torta ou nunca mais se endireita torna depois de morto».


Obrigadíssima pela atenção e veja lá se desta vez prova que existe que há 29 anos que o espero e a idade não perdoa, pula e avança.

Pluviosismos

Esta bipolaridade climatérica deixa qualquer humor em estilhaços de guerra.
O responsável que se trate ou que se entretenha a massacrar outro Continente...ou vá às compras e contraia dívidas, ou perceba que o clima não é um comando de televisão.
O lisboeta é pouco rotineiro, mesmo naquilo que não deve (Marialvismo e a porta das traseiras), mas oferecer chuva e sol em estilo fotograma, ai Anthímio volte! e de urgência e explique-nos lá o que é que se passa lá em cima.
Trabalha-se
(temos pena que o novo “desacordo” ortográfico não elimine de vez esta palavra tão desagradável no português falado e escrito de Portugal, que agora é luso-afro-brasileiro?)
faça chuva ou faça sol...a intermitência das probabilidades convida-nos a pensar: aguardo em casa com serenidade e espero que chegue o Verão.

12.3.08

Demonstração de Resultados

Apetece-me desligar mas tenho o botão off encravado. Estou na fase do sentido contrário em via rápida, o GPS não tem satélite e nunca mais chego ao destino.A necessidade de mudança urge e o que resta é vestir-me do avesso....largo gritos em afonia. Esgoto-me numa rotina que não deixa espaço para criar seja lá o que for, nem que seja o inverso temporal da mesma.
Abano-me sem resultados. Há quem diga que gostaria de voltar atrás “se eu soubesse o que sei hoje...”, por mim pressiono qualquer botão que indique “próximo capítulo”.

26.10.07

Dá-se Gata!


A Bes-Nica parada não rende.

24.10.07

Uma Aventura no W.C.

Hoje comprei a minha primeira OSRAM de 18 volts, fiquei "fluorescente" da vida. Temi instalá-la...trepei um pé direito de 2, 50 (metros, claro!) com a ajuda de um escadote e com a dificuldade de uma baixa estatura... e estiquei-me, estiquei-me como quem atinge o inatingível. Senti a morte por perto, vi a foice a sair do poliban.
A nós mulheres: valha-nos a "polibalência"!



Memórias de Inverno II

Um simples sapato ou um sapato simples? Tudo o que é desprovido de complexidade ou é conseguido de forma natural e tudo o que depende do próximo, é-nos vedado como um atacador de nó consumado. Pedro, o engraxador, esperava que um sapato lhe contasse por onde tinha andado, o que tinha experimentado...que cada marca no couro lhe revelasse as emoções e histórias fantásticas de quem o visita.
- Têm sempre pressa e poucos cá passam...já ninguém engraxa sapatos, perderam o brilho...
- ...nos sapatos?
- Não. Esses, dizem, são o espelho de cada um...mas se estão gastos , baços...sujos...descurados...Nós é que andamos a perder o brilho.
Olha-se e não se vê.
Fala-se e não se sente.
Vive-se e apaga-se.
Está frio, mas descalço-me.

18.6.07

Memórias de Inverno

Envolvo o corpo numa manta e furo-a com o indicador para agitar a imagem da que outrora foi uma caixa mágica...zap...zap...zap, troco-lhe as voltas, não lhe dou descanso, interrompo tudo e todos, até um simples beijo no plano preferido do cinéfilo. Amanhã descida de temperatura tão intensa que vos congelará a respiração (isto sim, seria uma conspiração meteorológica interessante e não um mero esquema informativo que se repete e que só varia entre subidas e descidas).
Arrisco...sou audaz e levo comigo uma carapaça polar. O dia ainda tem a luz apagada. As árvores de braços erguidos e pontiagudos ferem as nuvens, rasgam-nas...Caminho com cuidado, evito as folhas secas e encarquilhadas, não quero esmagar as suas memórias, não quero sentir aquele som devastador semelhante ao crepitar que elas tanto temem.
Continuo de forma lenta e cuidadosa, o sangue circula devagar. Sinto a agitação cardíaca que me impede de afastar a solidão. O frio torna-nos demasiado conscientes. Estamos tão sós e preservamos tanto o “ser individual” que não temos sobre quem escrever.
Vejo o engraxador, de rosto seco, cheio de coordenadas de uma vida difícil. Curvado e apático aguarda que alguém lhe dê um sapato...é tanto quanto ele espera, um simples sapato.
(continua....)

5.6.07

Pensamentos Higiénicos...

…é sempre preferível viver num espírito mais caucasiano, num estado de pedra cinzenta e imperturbável…do que tocar numa espécie de felicidade que se segura entre diques frágeis e vulneráveis à próxima tempestade que se avizinha…constante e indesejável.
Serve o inexistente para abanar uma realidade que nos é tão confortável.

31.5.07

Falam...falam...mas vêm todos cá parar

Não é o centro do Mundo...mas há quem venha jantar de propósito (parece que as cadeiras de C-c-c-c- não são muito confortáveis)...e mais, requerem a presença das moradoras TOP do cdm para que o nível seja total. E por falar em Santos mas Populares lá vem a marcha da "terrinha" em 19º lugar e pelo mesmo deve ficar...devem trazer bifes-na-pedra à cabeça!

29.5.07

Pensamentos Piratas

Depois de ver a "pirataria", mais um flme demasiado longo, entre as "espadarias" e a natural parvoeira típica destes filmes, notei que:
Os piratas são convertidos a criaturas toscas e simpáticas, a usual defesa do Bem e dos maus serem extintos é aqui convertida à busca da eternidade daqueles que na História foram, não diria bárbaros mas os detentores da arte do saque e da pilhagem.
Não querendo ser destrutiva nos 248 minutos gostei de uma única frase: o Mundo está cada vez mais pequeno, no sentido de não haver espaço para todos, (e alguém responde) não, o Mundo está cada vez mais vazio. Gostei, aplica-se a nós enquanto seres únicos, que vivemos num total individualismo que nos é precioso. Estamos cada vez mais vazios, e tudo toma proporções desmedidas, damos importâcia ao irrelevante, irritamo-nos...criamos problemas na ausência de os ter, sentimos falta de espaço interior...mas na realidade ele está cada vez menos preenchido. É como viver numa casa enorme, sempre vazia e de repente alguém a ocupa, e nesse momento o espaço fica totalmente preenchido. Nós, habituados a viver no vazio, sufocamos na inabilidade claustrofóbica que nos acompanha num estado latente.

O Cosmos organiza-se...

Estará sempre acima de nós uma condensação combinada à espera do momento exacto...o vento usa os lençóis numa éspecie de dança, embaraça-os na sua sensualidade...e nós, esticamos o tempo...aguardamos na decisão o destino daqueles lençóis, de perfume e rugas írrepetíveis, observamos a elegância dos seus movimentos, escutamos o sussurro de um velejar longínquo...o tempo passa, e não decidimos. É naquele instante que eles terão que ser resgastados, estarão perfeitos...o tempo passa, e não decidimos.
E é exactamente entre o "tempo passa" e o "não decidimos" que o abismo se constrói, à espera que o perfume evapore, que as rugas rasguem a imaculada sensualidade da dança do vento. Podiamos salvar o sublime mas o relógio humano é incerto, arrasta-se entre cordas enferrujadas. Será o Futuro sublime ou uma sublimação?

28.5.07

Lavadeira de cara lavada

A Lavadeira tem um novo look. Um especial agradecimento à melhor designer do "Centro do Mundo" (gente com muito bom gosto). És grande!
Sim, nem todos vivem em C-c-c-c-c-a.....nide.

25.5.07

Filosofia Tónica

Há coisas na vida que são como castelos de cartas (por muitos trunfos que se tenha)...basta tirar uma, que caem todas abruptamente e de forma desordenada. Não importa a paciência e o tempo que lhe dedicamos...há sempre alguém que abre a porta e a janela num dia de tempestade.

24.5.07

Compro fim-de-semana

Tenho sono até à próxima vida. Sinto que arrasto o Universo nos pés. O cérebro mais parece um disco rígido cheio de vírus e não há scan que me valha.
Há quem tome comprimidos para dormir, eu tomaria com todo o gosto comprimidos para acordar. Espero que os meus alunos tenham estudado ou habilitam-se que eu "tire uma sesta" durante a tarde. Com o café que vou beber hoje, mais valia ser accionista da Delta, da Buondi ou da Sical. A Lavadeira deixa hoje a sua roupa em sabonária, não há forças para a esfregar!

21.5.07

I.R.S. - Instituição Reguladora de Sofrimento

Para terminar o dia em glória, eis que a Lavadeira decidiu fazer as continhas à vida e lançar os dados (uma jogada perdida de uma aposta alta).
Já não aguento estes verdes...recibos...ranhosos...um livreco de merceeiro de papel encarquilhado.
Sempre detestei verdes...cheira-me sempre a fundamentalismo e estes verdes, grupo organizado, enviar-me-ão uma ameaça aterrorizadora no mês de Setembro.
Detesto o mês 9!

20.5.07

Querem praia?Andam a atormentar quem trabalha?

Ventum seminabunt et turbinem metent.

Domingo, time to be:



Fada-do-Lar! Hoje é o dia do aspirador, do Sonasol, da esfregona e todos os indispensáveis à verdadeira "lide" doméstica.
Antes andar na "lide" do que ter que "lidar" com o típico dia de Domingo, que dá no passeio ao "shopping" ou até Belém para o pastelinho de nata.
Depois estarei mais próxima do que nunca da segunda-feira.
Preciso de férias e descanso...como dizem os Nossos.

Zodiac


...de David Fincher. Gostei de ver os 158 minutos de filme (podiam ser menos, mas enfim).

As salas do CinemaCity do Campo Pequeno não são arcas congeladoras, não têm o som no volume para utilizadores de sonotone, previnem a ausência de visibilidade com uma possível cabeça de tamanho 58, vendem pipocas e coca-cola...mas ninguém sorve a dita ou mastiga as pipocas de boca aberta. Recomendo vivamente.

Horóscopo do Assassino:
Signo : Sagitário
Amor: nunca foi amado e nunca será
Sorte: teve alguma mas acabou por gastar os créditos
Saúde: problemas graves de coração
Número de azar: 18

19.5.07

Sábado perdido...

Está sol!Está bom tempo!É Sábado!Tive uma semana terrível de trabalho e a próxima não será melhor!Estou em casa a olhar para as paredes!Os meus amigos estão na praia!O Pai está na marina a ver o mar!Tenho saudades de ir a Sintra ver o mar e comer um travesseiro!Tenho saudades de passear!Tenho saudades do Pai e das nossas saídas divertidas!...ah..um momento...que o telefone toca!
Afinal já não vou passar o Sábado em casa!É tão bom ter bons amigos.

Conversas da minha aldeia...

Estava eu a tomar o pequeno-almoço e entra um par de humanos de sexo oposto e de aspecto cuidado...de faixa etária de meio século.
Na solidão de um croissant e um café estava atenta ao que me rodeava...
(o cavalheiro)- Ouça quer um pãozinho-de-leite com fiambre?
(a cavalheira)- Pode ser, mas dos redondos com pouca manteiga.
(o cavalheiro)- Olhe, quero um pãozinho-de-leite redondo com fiambre e com pouca manteiga.
(a cavalheira)- Vá, dê uma trinca enquanto espera pela sua tosta. Ah, já viu aquela laranja?
(o cavalheiro)- Ah, que engraçada. Já viu aqueles bolos de chantilly?O Pedro é viciado.
(a cavalheira)- Ah, eu também adoro, mas prefiro aqueles que não têm massa de pastel de nata em baixo.
(o cavalheiro)- Pois eu "tamén", sou igualzinho.

Como é que alguém com ar de casado há trinta anos ainda discute o tipo de pastelaria que gosta?Será falta de comunicação ou ausência de assunto?

16.5.07

Fracture


..ou "Ruptura" em português, com A. Hopkins.

Caro Hopkins,
Gostei imenso da sua interpretação, aliás como sempre. Muito me agrada saber que passou a outros métodos mais eficazes para matar pessoas, ou seja, deixou de as comer, de as mastigar...de canibal a homicida premeditado chama-se: progressão na carreira.

Com os mais respeitosos cumprimentos,
Parafina Sterling.

Confesso que:



  • Quem se "alapa" na Lapa não quer "desalapar".

  • A Lapa "lapa-se" nas pessoas e não as deixa "deslaparem-se".

  • Tento "desintoxilapar-me" mas há qualquer coisa na Lapa, que me "imlapa" de "zarlapar".

  • Alguém que me explique que Lapa é esta que veio para "lapar".

15.5.07

Rupestres do meu coração!


Eu evito ler coisas interessantes, cultivar-me, mergulhar no Passado. E porquê? Porque quanto mais leio, mais razão tenho quando afirmo que a raça masculina é "grunha"...é, é mesmo, não há nada a fazer.
Reparem: Arte Rupestre - rupestre vem do latim rupes, significa pedra.
A arte rupestre era maioritariamente masculina, embora se diga que também feminina quando era necessário comunicar alguma coisa interessante (sol, lua, constelações, etc.).
Sabem o que é que aqueles peludos dos primitivos desenhavam com a sua "arte" para representar o sexo feminino? Vulvas!...e barrigas de grávidas. Ou seja: mulher=sexo+descendência (de preferência igual ao primitivo do pai).
Agora pergunto-vos: quantos mil anos é que passaram?
Qual a diferença dos peludos de hoje?..hum...bebem cerveja, pensam na vulva e ensinam os filhos a beber cerveja e a pensar na vulva.
Mas são "peludinhos" adoráveis, temos é que domesticá-los...ainda não se libertaram do "período da selvageria"!!!

Ai as brasileiradas...

Almoço formal. Engº's, Doutores, Administradores e outras dores de uma longa reunião.

Restaurante: Carnes do Brasil

Empregados: brasileiros (alguns do nordeste, desconfio)

Sugestão: costela de boi (salvem-me!) e costela de porco.

Escolha da mesa: ambas

Momento alto e motivo deste post: o empregado após ter enfiado um espeto no meu prato, pergunta "o senhor aí do lado também é porco?". Silêncio, aquele se antecipa à gargalhada. Um Engº em choque. Outro Engº responde: "que se saiba não, mas quando diz: também é porco quem é o outro da mesa?"
O empregado não percebeu a piada técnica de um técnico especializado.


Até chegar ao meio da mesa correu bem...a pérola final:
"o senhor também é boi?"
Meus caros, isto não foi um almoço, foi a ganadaria de Santarém e uma vara de Engº's!



29.4.07

Tia-lismos


E não é que me aqueceu o coração?
Nada melhor que um sorriso e respectivas "fosquices" da sobrinha emprestada, a Catarina.

A tia passeou com a Catarina, ajudou a mudar a fralda, fez o jantarinho e deu a sobremesa em jeito de avião para o pai poder jantar (frutas variadas enfrascadas, ainda tive que comprar, assim a tia aproveita e come também...precisamos de desculpas para comer papas de bébé, os adultos são assim...quando fores grande a tia explica).

Depois de muitas brincadeiras, de tentares por tudo na boca, de assustares a Besnica...foste embora com o pai enroladinha na manta da tia para o frio não te apanhar.

Fizeste-me sorrir.

24.4.07

Acta para os próximos anos da minha vida


Aos 365 dias de 2007 pelas zero horas, realizar-se-á na minha massa encefálica uma reunião presidida por diversos neurónios e com a presença de um gin tónico e com a seguinte ordem de trabalhos:

1.Voltar a escrever
2.Dizer piadas estúpidas e emanar a alegria em patetice
3.Sentir-me livre e despreocupada
4.Deixar de ser boazinha
5.Não consultar os movimentos bancários
6.Entregar o coração à cabeça
7.Mudar de emprego
8.Inscrever-me num ginásio
9.Comprar uma Vespa
10.Recuperar a casa de aldeia e fugir para lá….muito mesmo.


E, nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada por mim e pelo meu gin tónico.

Leio-me

Estive a rever os meus blogs, o presente "Lavadeira" e o passado "Alma Entupida"...parece-me que até gostava de escrever, tinha algum sentido de humor e bem filtrados até se aproveita qualquer coisa.
Hoje resta-me escrever sobre o que escrevi e o que não consigo escrever. Só encontro uma combinação possível de duas palavras: não consigo.
Alguém me pode receitar qualquer coisinha que não um frasco de comprimidos ou tentativas de suicídio? Eu nem tenho a felicidade de poder alegar de que se trata de um bloqueio artístico, porque artístico é de facto gratificante mas não se aplica ao caso.
Contudo, a inspiração não é interdita ao comum/banal mortal (designação na futura lápide)...onde é que se encontra?...que eu já lhe perdi o rasto há uns meses.
Bloqueada agradece.

Auto-Retrato


Para os menos atentos...o azul indica: espírito afogado.
A vida "mastiga-nos" e o pior é que não engole.

28.11.06

fui até ao São Luiz...



A pedido de uma querida amiga... lá me arrastei entre chuva e ventanias até ao lançamento do livro do J. L. Peixoto. Não só(!) tive a batalha da vida com um guarda-chuva desarticulado, que nem Napoleão teria estratégia suficiente para vencer estes ventos cruzados( ...já para não falar nos buracos e poças de água da nossa estimada Lisboa), como fui assolada por um ataque de tosse que nem um tuberculoso no seu esplendor faria melhor.

Pelas leituras e respectiva apresentação do "Cemitério de Pianos", o romance promete.
J. L. Peixoto pela simplicidade temperada de timidez e uma "certa falta de jeito" cativa o público, sempre muito mais exigente com as suas palavras escritas, do que propriamente com o que o escritor improvisa "à laia" de apresentação do seu livro.
Gosto do título, ilustra bem o que é a vida. Cada tecla que deixa de tocar, menos um som que nos acompanha, menos uma nota para improvisar ao longo do dia...cada corda que parte, um cenário ideal rasgado...cada pancada no verniz preto, estala na alma a cortiça que nos protege...e a pouco e amiúde se chega ao fim, destapado e sem voz .

1.11.06

China: Previsões

Prometo que depois ponho cá as fotografias...mas ou encontro a máquina e não tenho o cabo de ligação, ou tenho o cabo e não encontro a máquina, se tenho a máquina e o cabo, não tenho carregador, se tenho o carregador, não tenho o computador...ai que dor!

China: Consolação

Ir a Pequim e não "apanhar" trânsito significa que:

a)Estamos na Cidade/País/Continente errado.
b)Fomos confundidos com um macaco e comeram-nos os miolos.
c)Morremos e na outra vida virámos peixinho de oceano.



Conclusão: A Calçada do Carriche, o Túnel do Grilo, o IC-19 e a A5 em hora de ponta são a benção da velocidade. A palavra "trânsito" devia ser proíbida neste País...

China: Alerta


Lembram-se daquela: "Eu fui à China de bicicleta e no caminho encontrei a minha neta...pisquei-lhe o olho..."lalala-ra-la-la-la. É MENTIRA! Recentemente considerados a "geração recibo verde", acrescento "engandos de sempre": estive na China, garanto-vos que era impossível encontrar a neta e muito menos de bicicleta. A única forma de marcar um encontro com alguém de bicicleta é enviar coordenadas, ser atropelado por um autocarro, provocar a queda de uma árvore, um embate de setenta carros, partir o vidro de uma loja, haver uma explosão nos esgostos da cidade e fazer uma sessão de fogo-de-artifício no local combinado.
Nota: mesmo assim não é garantido.

3.10.06

Pai, és um Querido!




Aqui está o meu presente de aniversário adiantado! Uma impressora portátil! O meu queridíssimo pai ofereceu à não menos querida filha, mais uma maravilha da tecnologia…a impressão fotográfica é excelente. O que eu gosto destes brinquedos, deliro com a portabilidade. Já não aguento uma viagem de táxi sem o iPod, as minhas férias sem o portátil, a minha vida sem o telemóvel! Eu sei que estas dependências não são muito normais…mas preciso de estar ligada ao Mundo. Adorava poder ter a minha família e os meus amigos em formato portátil, todos dentro de uma caixa, estilo condensados e depois tirava cada um de acordo com a ocasião (e voltavam para lá quando me enchessem a paciência, estilo avó a falar de doenças)…que delírio!
- Parem de olhar para as fotografias,vá, já estão a desfalecer de inveja…não é para menos.

28.9.06

Banalidades Tóxicas

Mais um dia – daqueles – em correria absoluta, de telemóvel na mão e máquina fotográfica na outra, táxis, mails, preocupações, responsabilidades, acção e isto de ser humano é de facto difícil. E porquê? Não estão à espera que divague pelas profundezas da filosofia higiénica de folha dupla. É difícil, porque a cabeça resiste mas o corpo é que paga. Resolvi então dar um intervalo ao meu sopro congénito, taquicardia, escoliose e cifose residentes. (eu sei..sou um must…há ferro-velho em melhor estado). Para além de humana e viver à cometa, tenho a mania de fazer coisas diferentes, resolvi então comer uma singela sandes de queijo num sítio diferente, que não num café ou numa tasca. Em plena Avenida da Liberdade, entro no São Jorge. Sento-me numa varanda com vista para o centro do monóxido de carbono. Peço a tal “sandes de queijo” e trazem-me talheres e um guardanapo de pano…assustei-me, claro. Considerei, por segundos, pedir um empréstimo bancário. Claro que acabou na mania da sofisticação contraditória: uma sandes de pão de mafra com três dias, queijo de hipermercado/marca branca, salada, molho em copo de shot, talheres tão pesados como o próprio Marquês de Pombal e uma banda sonora fantástica. Enquanto mastiguei arduamente vi: ambulâncias, carros de polícia, transporte de presos a toda a velocidade, polícia de choque, polícia de mota…só faltou um carro funerário.
Tive medo de pedir um café mas arrisquei…não ficaria admirada se viesse um almofariz com grão de café para ser moído na hora. Café normal, de chávena estreita onde não entra qualquer nariz.
Adorei inalar toda aquela poluição, nunca me senti tão feliz e despreocupada por fumar um cigarro, diria mesmo que ali é um vício saudável.
Já agora, alguém sabe se as árvores da referida avenida são verdadeiras? São plásticas ou estóicas?

Por 9: Malapata

Tenho vivido tão depressa que o “Gordon” comparado comigo é alentejano. É tudo tão intenso, o mês…interminável. Sempre impliquei com o mês de Setembro, é a chamada “malapata mensal”. Em criança: era aquele mês estúpido que nunca mais passava depois de umas férias intermináveis…ansiava o primeiro dia de aulas…só mesmo o primeiro, não se comovam.
Em jovem universitária: o mês que anunciava directas, cigarros, frequências, trabalhos e que conhecíamos os professores (nem sempre são experiências agradáveis, palavra de discente!).
Em jovem/adulta e lá o que me consideram agora: Setembro significa perdas.
….e depois nunca sei o que vestir, calçar…ninguém percebe qual é a “season” do indesejado 9…que a única coisa gira que pode ter, é ser múltiplo de 3, e eu gosto do 3.

14.9.06

Raindrop

Chegou o terror dos incêndios e dos pirómanos: CHUVA! É sempre um prazer trabalhar com chuva, frio, vento, trovoada, neve e todas as condições meteorológicas que não convidem a uma escapadinha à praia, ou uma saída estratégica do emprego para uma boa esplanada. O melhor da chuva é estar em casa a ver os outros passar…é verdade, não há aqui sadismo…quantas vezes já sentiram o prazer de um sofá como observatório da desgraça alheia? E o conforto desmesurado quando de chuva passa a dilúvio? Não discuto que vertam uma lágrima seca aos pobres que correm, que lutam com o guarda-chuva, que saltam do passeio quando o autocarro da Carris faz questão de libertar a estrada das poças de água…mas não evitam o regojizo do estuque que vos abriga.

6.9.06

Férias significa:

Restaurantes (preferidos) fechados
Amigos Ausentes
Malas, tralhas e roupa ao monte
Livros que se começam e que não acabam
Praias atolhadas e areia nos pés
Incêndios e alertas laranjas
Aumento das taxas de juro sem que ninguém dê por nada
Jornais magros e demasiado leves
Filas intermináveis nos aeroportos
Condutores nas auto-estradas inexperientes
Acidentes e GNR em força
Tempo para pensar
Digerir problemas e criar novos problemas dos problemas anteriores
Mais sugestões?
Pior…quem tem férias é porque trabalha, logo se não está de férias vai trabalhar, logo era preferível não ter férias para não ter a perspectiva de que se trabalha.
Somos feitos de hábitos…e os curtos só nos desabituam.

O Ventrículo da Vida

Tenho um amigo que acaba de me contar que vai ser operado ao coração: tem um buraco. Curiosamente é cirurgião geral e fala de si como de uma canalização se tratasse…de escrita ligeira explica que: ou fecham o buraco ou mudam a válvula e que vai ser doloroso porque lhe serram o externo.
Pior que estar doente é ser médico e doente. A ignorância nestes casos é o soneto e não a emenda.
Imagino-me no lugar dele: serram, cosem e mudam a válvula. Digamos que encarava o massacre na perspectiva do talho e do mecânico da esquina. No lugar dele, tendo conhecimento teórico e prático, prevendo as complicações, o pós-operatório, a vida que se segue, as dores, o…cá está, já tinha ido primeiro que a anestesia…porque pior que um buraco no coração é um buraco na alma (palavra que atribuímos ao que não conseguimos explicar, já me sinto incomodada de usar a palavra alma uma vez que de tanto ser usada e mal, perdeu a alma do significado).
Agradeço que o meu continue a bater, que não entupa, nem se engasge…mas por vezes aperta e dói.

30.8.06

Claro como Clarim!